A crise de 2008 gerada pela ciranda financeira capitalista e que teve como epicentro os EUA até hoje provoca os seus efeitos. É verdade que alguns países sofrem mais que os outros. Para salvar a economia dos EUA o sempre defendido liberalismo ganhou tons “keynesianos” quando bilhões de dólares dos contribuintes foram dados ao setor privado a título de “salvar” a economia. Na prática foi a famosa “socialização dos prejuízos”.
Para salvar a algumas dezenas de “investidores” o governo dos EUA jogaram milhões de trabalhadores na rua aumentando a miséria para níveis recordes. Do outro lado do Atlântico, somente a Alemanha conseguiu se salvar. Contudo, os “novos ricos” da Europa (Portugal, Espanha e Grécia) sentiram o peso de sua associação ao “Mercado”. Toda essa temática foi analisada nos meus artigos “Investidores” ou “Saqueadores Globais”?(17/10/2011) e Crise X Suicídio: quando poucos são mais importantes que muitos (19/04/2012).

Depois de tanta barbárie com “assassinatos coletivos” oficializados pelos governos (pessoas levadas ao suicídio pelas políticas econômicas de “austeridade”) e o desemprego, a Grécia pareceu sair da letargia. O combativo povo grego deu um basta na lógica genocida da “ajuda econômica” através da morte e miséria de milhares de cidadãos. Salvar os lucros de investidores que ganharam bilhões de euros nos últimos anos e que agora se recusam a perder alguns milhões foi o objetivo do governo grego até hoje.
A vitória do Siryza de Alexis Tsipras, rotulado com “extrema-esquerda”, é símbolo de uma possível mudança de paradigma de governos sem amor próprio e vinculados aos interesses externos. O governo de Alexis Tsipras terá uma boa oportunidade de mostras que é possível sobreviver ao período pós-hecatombe econômica patrocinado por Berlim e os “investidores” europeus.

A Europa pode estar entrando em uma fase histórica. Algo comparável às vitórias de Alexandre, O Grande. Agora na economia.