A inclusão da combalida e acossada Venezuela como “perigo” para os EUA é mais uma das grandes piadas de 2015. A ofensiva da administração Obama para a desestabilização do quadro político na América Latina de modo declarado foi dada com esta inclusão estapafúrdia do regime bolivariano com “ameaça” à segurança dos EUA.
E não devemos nos enganar: o Brasil entrou também na lógica da desestabilização política. Primeiro, com as tentativas internas da classe média corrupta brasileira de se “neomoralizar” através de um discurso de probidade quando sempre praticou a corrupção em dia a dia e elegeu os principais corruptos do Brasil muito antes do PT mostrar ao que veio. Em segundo, caso tenha sucesso na desestabilização interna, o apoio aos “golpistas” “saudando” retorno à democracia. E a partir daí a volta do neoliberalismo.
A Argentina também está lutando contra a pressão norte-americana. A tentativa de asfixia econômica é notória e foi demonstrada pela atuação dos Fundos Abutres. Com a renegociação de 97% da dívida oriunda da crise de 2001 com os credores, uma minoria conseguiu em tribunal nos EUA impedir a negociação que abriria ao país o acesso aos créditos internacionais. Nada disso aconteceu por acaso.
A América Latina deve repudiar veemente mais um atentado do governo EUA contra a Democracia. Uma nação que desde os seus primórdios vem promovendo a dilapidação dos valores universais do Homem.
Um país que jogou duas bombas atômicas sobre seres humanos indefesos, matou na Guerra do Vietnã dois milhões de pessoas utilizando napalm contra civis (e perdeu trezentos mil soldados), apoiou dezenas de ditaduras que custaram a vida de no mínimo alguns milhares de pessoas, não pode acusar nenhum país de ser perigo à sua segurança.