O terrorismo jihadista é irmão gêmeo do terrorismo de Estado praticado pelas potências ocidentais. Toda essa barbárie que “assusta” a Europa e o mundo ocorre todos os dias em várias partes do planeta, principalmente no Oriente Médio com a conivência e/ou patrocínio de franceses, ingleses e alemães. Além é claro dos EUA.
Mais importante do que a “indignação” é não sermos seletivos. O franceses valem mais do que os milhares de sírios, palestinos, líbios etc., mortos de maneira brutal com armas, treinamento e dinheiro das potências europeias? Parece que sim pelo jogo do poder mundial.
Ninguém pode apoiar a matança de seres humanos. Principalmente por motivos “fúteis”. Representar Deus sendo sodomizado com Cristo ou coisas similares é antes de mais nada falta de respeito. Pessoalmente nunca compraria a Charlie Hebdo por ferir um princípio fundamental: o respeito ao outro. Se não gosto que esculhambem a minha religião (se fosse o caso) nunca faria o mesmo com outra. Contudo vai uma distância bem grande entre alguém ser morto por isso.
Ao invés de discutirmos os motivos reais que podem levar jovens a se converterem em terroristas criou-se uma falsa dicotomia: a “barbárie” contra a “Liberté”. Mas que “Liberté”? Onde? Nos EUA com o controle quase que total da mídia pelos grupos vinculados às grandes corporações e ao setor financeiro? Às aproximadamente sete mil incursões com Drones que mataram milhares de mulheres, crianças e idosos no Paquistão e Afeganistão por ordem de Obama?
Na França? Onde estão as denúncias contra a atuação francesa na destruição da Líbia e início desta loucura chamada ISIS, por exemplo? E o Malí?Onde estão as denúncias veementes por parte do “mundo civilizado” contra a Arábia Saudita? Uma ditadura sanguinária com apoio total e irrestrito dos EUA.
Que todos os seres humanos tenham o mesmo valor.