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O retorno da Casa-Grande

O grande erro do PT no início do primeiro mandato do governo Lula foi não ter feito uma auditoria internacional nas privatizações imorais do governo FHC, dando início a uma limpeza sem precedentes na classe política brasileira. Certamente hoje não veríamos tanto cinismo de antigos corruptos com “vergonha da corrupção” no Brasil.

 

A “onda” neoconservadora que atingiu alguns segmentos da sociedade brasileira após a vitória eleitoral do PT foi assustadora. De uma hora para outra os velhos pensamentos de um triste segmento social veio à tona (mais uma vez). Na verdade arcaicos pensamentos que estão escondidos em nosso dia a dia: a saudade da escravidão (na verdade de um passado que chegou até os dias de hoje com a representação da empregada doméstica “paga” com um prato de comida) e a saudade de um mundo em que o pobre era pobre. Eis, o grande erro do PT: trazer para o Brasil o capitalismo de massa. Aí reside tanto rancor e ódio aos petistas.

A discussão de “cansados de corrupção”  dos “neopolitizados”,  mas que na verdade a pratica em seu cotidiano através de “pequenos atos”, como por exemplo, subornar o guarda de trânsito para não ser multado é pura balela.

 

“Guardiões da Moralidade” para classe média paulista

 

O estado de São Paulo que tornou-se o “bastião da moralidade” sempre apoiou candidatos e /ou partidos ligados às atividades “antiéticas”. O famoso “rouba mais faz” era da terra da garoa. E Paulo Maluf? Pelo amor de Deus, até hoje tem o seu eleitorado cativo e nem um pouco preocupado com a “corrupção”.

O que dizer do Trensalão do governo paulista (há vinte no poder e saudado como “escolha democrática” enquanto o PT não poderia ter o seu quarto mandato, porque é “ditadura”) acobertado pela mídia marrom e que assombra pela desfaçatez e cinismo?

Senhores, corrupção não é problema. É quem a faz para os “neos-neos”: “revoltados”, “indignados” etc. Outra contradição dessas pessoas é terem filhos e/ou parentes recebendo bolsas de mestrado ou doutorado para estudarem e serem contrários ao Bolsa Família. Ou seja: o pobre tem que morrer de fome. Aprender a pescar com a barriga vazia. Mas o filho da classe média com barriga cheia pode receber bolsa para estudar. São as contradições de pessoas que nunca leram qualquer livro de Ciências Sociais.

E os nossos liberais? Grande parte funcionários públicos vivendo das benesses do Estado (corrupto) brasileiro. Defendem a inciativa privada mas gostam das benesses de um sistema estatal criado para as elites e as classes médias. Mais contradição.

Para fechar o cenário dantesco grupos esquizofrênicos que fugiram dos bancos escolares “pediram” intervenção militar. Foi a “cereja do bolo”. Acusam a Venezuela de ser uma ditadura e queriam fazer uma aqui. Aí ficar a sugestão: vão para a Venezuela então!

Esta eleição demonstrou que ainda estamos muito longe do caminho das nações desenvolvidas, principalmente europeias. O ódio às classes mais baixas e a falta de solidariedade social é o principal exemplo que ainda estamos no Terceiro Mundo.