Ao lado do declínio de governos decrépitos sob o ponto de vista político, a atual crise que estamos observando no mundo islâmico demonstra que a situação pode piorar consideravelmente para os interesses da política externa norte-americana.
O leitor não deve se enganar: grande parte das ditaduras que hoje estão no poder receberam e recebem apoio direto dos EUA e de vários países europeus. Afinal, H. Mubarak está no poder há 30 anos com apoio de vários países defensores da “liberdade”.
Desde o célebre Acordo de Camp David em 1979, quando os EUA foram os fiadores da paz entre Egito e Israel, o Cairo passou a receber alguns bilhões de dólares anuais em troca da “obediência” ao acordo. Se o presidente (atual) H. Mubarak implemtaria uma ditadura; se mataria os opositores ou não; tudo isso seria um mero detalhe, desde que o Cairo seguisse as ordens de Washington. E assim está desde 1981.
Sem dúvida alguma, as transformações que estão ocorrendo sob o ponto de vista político no mundo islâmico são interessantes. Mas poderão esbarrar nos interesses de Washington. Se a “luta pela democracia” representar a chegada de governos pró-iraniamos ou algo parecido na região, os EUA não permitirão.
Em hipótese alguma.