Primeira Página

Quando a verdade incomoda: WikiLeaks

O Império ficou nu.

Quando a democracia liberal é colocada “contra a parede” podemos ter a noção exata de quanto ela  é demagógica e hipócrita.  Em um período no qual a “liberdade de imprensa” é quase um samba-enredo tocado diariamente, pelo menos no Brasil e na América Latina, ela é atacada de forma contundente através do WikiLeaks. Onde está a democracia? E a “liberdade de imprensa”?

A China e a Coreia execradas pela “mídia livre” passaram a ter a companhia  de países como EUA e Suécia, por exemplo, como “algozes” da imprensa que não faz parte da folha de pagamento de determinados governos.

O WikiLeaks, imprensa “outsider”, ousou expor a hiprocrisia das relações diplomáticas e o pedantismo de alguns países. Nada que os historiadores e pesquisadores  sérios  já não tivessem noção de toda essa dinâmica subterrânea.

Julian Assange,responsável pelo WikiLeaks
Julian Assange, responsável pelo WikiLeaks

Foi o mesmo WikiLeaks que denunciou a barbárie norte-americana nas prisões de Abu Ghrabi. Sem  a participação do site e de pessoas que mantiveram sua dignidade humanista intacta apesar dos “interesses nacionais dos EUA em jogo” e que não aceitaram a lógica nazista instalada nas prisões, não teríamos tomado conhecimento daqueles fatos.

Sem a divulgação do WikiLeaks a invasão norte-americana seria mais uma “luta contra o terror”. Mesmo que sob o signo da barbárie.

O fato é que nos deparamos (como sempre) com o cinismo e a demagogia dos EUA e de seus cúmplices que se calam perante a a violação dos Diretos Humanos. Salvo raras exceções, o silêncio da imprensa livre ocidental ou a “timidez” nas críticas é repugnante.

O mais interessante é que os argumentos para prisão de Assange são escatológicas: na falta do que inventar arrumaram  o “assédio sexual” como acusação para engaiolá-lo. Com um detalhe: a “acusação” apareceu justamente depois dos arquivos liberados…

A lição é a seguinte: “imprensa livre” é como acreditar em duendes.

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