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Procura-se uma Oposição

Todos nós sabemos que a existência de uma oposição política coerente é fundamental na construção de uma Democracia.  No Brasil, infelizmente, o “projeto oposicionista” dos últimos oito anos ficou preso muito mais à verborragia do que aos fatos concretos.

Se tirarmos os escândalos políticos, o governo Lula teria sido quase perfeito: crescimento econômico, ascensão social, respeito internacional etc. A Oposição pouco fez para apresentar um projeto político alternativo ao desenvolvido pelo governo em quase uma década. Ela acreditou, junto com a “grande mídia”, que poderia alterar a correlação de forças utilizando a “política da verborragia”. Não deu resultado.

Eu, particularmente, não vejo nenhum “projeto político” que possa ser tão diferente do que foi implementado na área econômica. Isso não quer dizer que tenhamos que repetir a velha ladainha reducionista de  que o “governo Lula foi uma continuação (?) da Era FHC”.  Como já disse anteriormente, se tivéssemos seguido as “linhas” de FHC o Brasil estaria junto com a Somália nesse momento.

Qualquer governo deveria ter como meta o crescimento econômico. A virtude petista foi ter pensado na capilaridade desse processo: uma economia de massa ao melhor estilo capitalista norte-americano (com as devidas proporções, é claro). Antes, o que imperava era “timidez” nessa direção.

Outra diferença seria o papel do Estado. Para a nossa “social-democracia” o Estado não serve para muita coisa. Aliás, serve: refinanciar os capitalistas que lucraram como nunca nas últimas décadas, mas que quando tiveram prejuízo, instalaram o “comunismo”  às avessas. O exemplo por ser visto nos EUA. O depauperado Estado, tão achincalhado ao longo da hegemonia neoliberal, foi chamado para salvar… os capitalistas.

O fato mais importante para os próximos quatro ou oito anos, é que ao final desse processo, tenha surgido lideranças políticas comprometidas com a transformação social. Líderes que na oposição ou na situação, ajudem na construção do Brasil pós-Lula. Hoje, aos 65 anos, Lula poderá concorrer no máximo mais uma vez à presidência se o quiser.

O que o Brasil necessita na atualidade, não é de mais verborragia inócua que beirou muito mais a histéria do que a lucidez das opiniões sensatas e construtivas. Realmente a Oposição não foi Oposição. Por quê? Porque simplesmente não tiveram como constestar as realizações do governo Lula. Ninguém em sã consciência pode ser contra o atual quadro econômico e social brasileiro.

A verdadeira lição para Oposição é a seguinte: temos que construir uma Oposição.

Por isso é bom colocarmos um anúncio nos jornais: PROCURA-SE UMA OPOSIÇÃO.

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